Glória estava no Departamento dos Quadrinhos da Mauricio de Sousa fazia mais de um ano e só passavam para ela os passatempos para fazer. Era uma tarefa onde, por conta própria tinha que criar os joguinhos e desenhá-los. Fazia vários e muitos acabavam sendo deixados de lado e uns poucos era arte-finalizados e publicados nas revistinhas da Turma da Mônica. Haviam mais dois estagiários que haviam começado com ela, Marinho e Marião.
Os tres treinando e sem publicar nada. Ainda que estivesse criando todo o layout da página, para Glória estava faltando algo, aquilo não era o que queria fazer. Queria algo mais!
Os tres treinando e sem publicar nada. Ainda que estivesse criando todo o layout da página, para Glória estava faltando algo, aquilo não era o que queria fazer. Queria algo mais!
De volta do almoço, de volta aos passatempos, de repente o Maurício entra e pede a atenção de todos. Ele vinha com mais algumas pessoas do departamento de merchandising. Eles se espalharam e começou uma reunião. E a notícia que nos foi passada era que o Maurício assinara contrato com a Embrafilme para fazer filmes de animação! E ele começou a explicar que no começo do ano seguinte estaríamos em plena produção para entregar um longa metragem de animação clássica até o final do ano para ser posto nos cinemas para o Natal.
Após todas as explicações, a estagiária Glória, que nem fazia ideia que no Brasil se faziam desenhos animados, mas que era a sua paixão por ter vistos os filmes da Disney e as matinês com Tom e Jerry, levantou a mão para perguntar.
- Estagiários podem participar desse trabalho?
Todos a olharam com expressões surpresas.
Mas surpreendente mesmo foi descobrir que não havia mulheres no mercado de animação na época. Uma delas que viera antes, a Geni, casara e deixara a profissão.
Depois foi a descoberta da animação em si. Na época era tudo artesanal e todos precisavam ter uma criatividade e capacidade de improviso para solucionar efeitos da forma mais inusitada. As letras animadas eram filetadas e o filetista tinha que ser muito bom. Para ser animador ou mesmo assistente de animação era preciso treino e muita observação. ser capaz de se integrar na equipe e fazer o mesmo personagem do "model sheet" era imprescindível. Capacidade de desenhar o movimento, ter noção de tempo e tudo era feito à mão. Primeiramente no papel e depois filetava-se cada folha de papel transferindo para um acetato.
depois do filete as cores produzidas no próprio estúdio com tinta de parede de boa qualidade e com corantes dosados por um dos integrantes da equipe de arte final. Cenários eram pintados em papel Fabriano ou Schoeller.
Equipe grande prazos curtos muito trabalho e muita criatividade para tudo sair no prazo.. ou quase! As produções eram intensas e sempre se varava noite para entregar no prazo estabelecido, às vezes faltavam 2 horas para entrar no ar e a película chegava do laboratório para checagem para ver se tudo saíra de acordo com o planejado nos storyboards e se as falas coincidiam com os lábios dos personagens.
Se houvesse um erro sequer, outra filmagem era feita. E outra revelação na Kodak e... enquanto isso corriam levar o filme imperfeito para cumprir o prazo de entrega com a promessa de voltar dali 24 horas com outro rolo corrigido. E outra noite insone até a correção ficar pronta e ser entregue o novo rolo de filme 35mm.
Depois foi a descoberta da animação em si. Na época era tudo artesanal e todos precisavam ter uma criatividade e capacidade de improviso para solucionar efeitos da forma mais inusitada. As letras animadas eram filetadas e o filetista tinha que ser muito bom. Para ser animador ou mesmo assistente de animação era preciso treino e muita observação. ser capaz de se integrar na equipe e fazer o mesmo personagem do "model sheet" era imprescindível. Capacidade de desenhar o movimento, ter noção de tempo e tudo era feito à mão. Primeiramente no papel e depois filetava-se cada folha de papel transferindo para um acetato.
depois do filete as cores produzidas no próprio estúdio com tinta de parede de boa qualidade e com corantes dosados por um dos integrantes da equipe de arte final. Cenários eram pintados em papel Fabriano ou Schoeller.
Equipe grande prazos curtos muito trabalho e muita criatividade para tudo sair no prazo.. ou quase! As produções eram intensas e sempre se varava noite para entregar no prazo estabelecido, às vezes faltavam 2 horas para entrar no ar e a película chegava do laboratório para checagem para ver se tudo saíra de acordo com o planejado nos storyboards e se as falas coincidiam com os lábios dos personagens.
Se houvesse um erro sequer, outra filmagem era feita. E outra revelação na Kodak e... enquanto isso corriam levar o filme imperfeito para cumprir o prazo de entrega com a promessa de voltar dali 24 horas com outro rolo corrigido. E outra noite insone até a correção ficar pronta e ser entregue o novo rolo de filme 35mm.